Who am I? (I'am a ''Mulher Abstrata'' )

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(Angela Bretas) ---- Sou quem sou, simplesmente mulher, não fujo, nem nego, Corro risco, atropelo perigo, avanço o sinal, ignoro avisos, Procuro viver, sem medo, sem pudor, com calor, aconchego, Supro carências, rego desejos, desabrocho em risos... Matéria cobiçada... na tez macia, no calor ardente. Alma pura, envolta na completa fissura. Sem frescuras! Encontro prazer na forma completa, repleta, latente... Meretriz sem pudor, mulher no ponto... uva madura! Sou quadro abstrato, me entrego no ato à paixão que aflora. Sou enigma permanente, sem ponto final, sem continências, Sou mulher tão somente, vivendo o momento, sorvendo as horas. Sou pétala recolhida, sem forma, sem cor, completa em essência. Exalo a esperança, transpiro vontades. Não me tenhas senhora. Sou mulher insolúvel, nada volúvel. Vivo a vida em reticências... ------------------- Copyright by @Angela Bretas - Publicada na antologia BRAVA GENTE BRASILEIRA EM TERRAS ESTRANGEIRAS - VOLUME I

This is me...!

This is me...!
I had to place a picture here, so curiosity won´t kill you all... this is me, plain and simple.

Thursday, November 8, 2007

Aguada...

Aguada...

Chovia... chovia e chovia!
Seria castigo do dito dia maldito em que, com agonia, na seca terra que um dia a plantação crescia, pediu chuva através de oração, sob o sol quente do sertão?
Maldição!Suas preces, fervorosas, ecoaram aos céus com emoção. Naquele instante sublime, sentindo o poder da fé, orou mais alto, e, de fato, com sua devoção tamanha passou a acreditar na façanha de seus desejos e credos.
No canto esquerdo do olho, um gozo de lágrima furtiva molhou sua tez ressecada. Sua realidade, em verdade, era tão dura como a do solo; desbotada como a terra amarela; rachada como as rugas do barro seco; carente de ser regada...
Ardentemente esperava que a paisagem seca, recebesse um banho divino. Desatino acreditar que com o resultado, esperado, da terra produtiva, ela, mulher viva, voltaria a ativa.
Será que na certa colheita certeira, que germinaria o trigo, ela com sua cor trigueira traria faceira de volta o companheiro, também ressecado, coitado...?
Sabia que sua felicidade dependia da chuva que, temente do sol potente, enveredara-se por outras bandas... Tal qual o companheiro, sorrateiro, que procurava em paragens longínquas, profícuas, embebedar suas mágoas em farras, culpando a terra seca entre tragos e afagos... de outras.
Proliferaria e colheria!
Suas preces teriam que funcionar! Reclamaria até que um dia sua sorte iria mudar! Esperava um milagre; um bagre, no rio sem brio, que se deixou morrer sedento. Queria plantar e colher. Ter colher de pau, comer lebre temperada com sal e até uma casa igual a do calendário, lendário, da parede de barro do casebre, feito quadro pendurado.
E chorava... implorava, orava!
Ao cair as lágrimas no chão, raios e trovões riscaram o infinito horizonte. Jarros de nuvens carregadas despejaram dilúvios turvos, lavaram a terra ressecada, encharcaram rios e lagos, inundaram barracos e casebres, abriram feridas de lodos, de lama... redemoinhos de enchentes, levaram o toldo, a cama...
E agora? Reclama?
Como estancar o bem que só mal faz?
Existiria uma forma sagaz de pedir à chuva para se enxugar e deixar o sol novamente arder? O que fazer?
Cansada, esmorecida, ensopada, pensa na sopa, não comida, que a enxurrada retirou de sua boca...
Que louca!
Cheia daquela cheia, que enchia e enchia, veio-lhe a idéia!
Séria, resolveu que a única maneira de fazer a chuva parar era se encharcar ao redor de uma fogueira imaginária e se pôr a dançar, pedindo para o sol voltar!
E dançou.... dançou e dançou!


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